Na semana passada, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determinou que os motoristas que fossem renovar a carteira de motorista teriam que passar por um curso teórico e mais uma prova para conseguir ter novamente o documento. Isso, evidentemente, tomaria mais tempo, uma vez que o motorista teria que fazer dez horas de aula e depois se submeter a um teste com 30 questões de múltipla escolha, tendo que acertar, ao menos, 21 delas.
Além do tempo, o custo para esta renovação, que no Estado de São Paulo pode ultrapassar os R$ 100, seria ainda maior. No entanto, um comunicado também liberado na semana passada, desta vez pelo Ministério das Cidades, revogou a resolução do Contran e tudo permanece como está. Um alívio na verdade. O documento da pasta federal destacou que a medida foi publicada para não alterar a vida das pessoas e não aumentar o custo da renovação. Nesse caso, ponto para o Ministério das Cidades que agiu rápido. Mas, algo sim precisa ser feito para melhorar a educação do brasileiro no trânsito, que está longe de ser uma das melhores do planeta.
É claro que falamos aqui de modo generalizado, um indivíduo nunca é semelhante ao outro na forma de conduzir, porém o que vemos nas ruas é um exército de barbeiros, na falta de uma palavra melhor. Educação, como já dizia nossos avós, vem de berço. Somos os reflexos daquilo que aprendemos em casa. Se aprendemos a viver de uma determinada maneira com nossos familiares, vamos explicitar isso também para o mundo ao nosso redor. Porém algo de civilidade e respeito também pode ser aprendido nas escolas de formação básica.
Uma criança que começou a ter os primeiros contatos com as regras da sociedade, tem que aprender também como se comportar no trânsito, como motorista. Entender as regras de ultrapassagem, sinais, respeito aos limites de velocidade, enfim, tudo aquilo que se relaciona com a condução de um veículo. Na convivência entre as pessoas, uma má educação pode no máximo deixar alguém chateado, mas no trânsito, uma desobediência pode matar.