O comércio deverá ser um dos setores mais atingidos pela reclassificação do Alto Tietê no Plano São Paulo de retomada econômica. O tema repercutiu na tarde de ontem, após anúncio do governo do Estado que colocou o Alto Tietê na fase 2 laranja do Plano São Paulo. O anúncio, feito pelo governador João Doria (PSDB), representou um novo problema para setores da economia regional.
O Alto Tietê não foi a única região atingida pelo decreto, a iniciativa fez com que toda a Grande São Paulo, que se encontrava desde o início de dezembro na fase 3 amarela, e limitou horários de funcionamento em até oito horas por dia com fechamento obrigatório às 20 horas, além de proibir a abertura de bares e casas de shows.
Outra medida adotada pelo governo do Estado, sob a justificativa de reduzir drasticamente a circulação e a aglomeração de pessoas, foi a instituição da fase 1 vermelha, com restrição total a estabelecimentos não essenciais, entre as 20 e 6 horas. Neste período, apenas estabelecimentos essenciais estarão autorizados a funcionar: farmácias, mercados e padarias, açougues, postos de combustíveis, lavanderias, dentre outros. Ambas as medidas valem até 7 de fevereiro
Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região, Valterli Martinez, as medidas do Palácio dos Bandeirantes representam um grande impacto no funcionamento de bares e restaurantes. "Temos pleno conhecimento de que o contexto é de uma pandemia, entendemos e trabalhamos em conjunto com a lei. A saúde é importante, mas muitos estabelecimentos podem não ter fôlego para uma restrição prolongada deste tipo", afirmou.
Segundo Leandro Moreira dos Santos, proprietário do bar Cantagalo em Mogi das Cruzes, a limitação do funcionamento no turno da noite pode representar uma queda de aproximadamente 70% no faturamento do estabelecimento, o que poderá levar a remanejamentos internos para manter o local funcionando: "Trabalhamos em dois períodos, e o atendimento presencial é a maior parte da nossa arrecadação, além da gorjeta que suplementa a remuneração de nossos garçons".
A direção do Suzano Shopping, por sua vez, informou que aguarda as determinações da Prefeitura de Suzano pela publicação de um decreto municipal que venha a estabelecer as regras e horários para funcionamento do comércio local.