Vivemos um período muito triste da nossa história. Há anos estamos atolados na crise econômica, social e institucional, sem que haja qualquer sinal de que elas serão debeladas. Aliado a esse cenário já caótico, estamos no meio de uma grave pandemia que, só no Brasil, já contaminou mais de 9,2 milhões de pessoas e matou mais de 225 mil.
Na última quinta-feira, na Austrália, foi divulgado um estudo pelo Instituto Lowy envolvendo 98 países, que colocou o Brasil em último lugar no combate à pandemia.
Nosso presidente tem sido qualificado como genocida pela forma como se comporta diante dos desafios impostos pela pandemia. Fez um discurso de negação da sua gravidade, sempre se negou a seguir as orientações dos especialistas para a redução do ritmo de contágio e estimulou o uso de medicamentos contra a Covid sem eficácia comprovada. Para fechar com chave de ouro, agiu de forma ostensiva para dificultar nosso acesso ao único caminho para iniciar o processo de redução dos danos humanos e econômicos provocados pela pandemia que é a vacina.
Mas ele não pode e não deve ser responsabilizado sozinho por esses crimes. Ele tem muitos cúmplices. São seus cúmplices todas as instituições que permitiram que ele continuasse cotidianamente cometendo esses crimes. O poder Legislativo é cúmplice do presidente. É seu cúmplice também o poder Judiciário que não cumpriu seu dever constitucional permitindo a continuação da barbárie.
Além dessas instituições, são cúmplices do presidente seus fanáticos seguidores que entoam o grito de "mito" depois das suas sandices. São cúmplices todos que postaram ou compartilharam fakes sobre a Covid, a vacina e sobre os cuidados de assepsia para evitar a contaminação pelo vírus.
Em relação às instituições e seus representantes, com certeza a história cobrará. Já as pessoas físicas e jurídicas, talvez a cobrança venha a partir das consequências de seus atos e via consciência. Se bem que, pelo comportamento demonstrado pelos CPFs e pelos CNPJs, acho difícil haver alguma consciência.